quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O azul que há em mim

    Lá estava eu, exposta ao sol, de mãos dadas com a areia, com os meus pensamentos tão repentinos. Gosto de me lembrar assim. Gosto de assim permanecer a olhar em direcção ao céu. Azul.
   O céu era azulinho da cor do mar, e os dois misturavam-se cada vez que eu os olhava. Azul clarinho, uma tonalidade luzente, bonita. A mais clara que consigas imaginar. Simplesmente azul...
   Não é essa cor que te faz sonhar? Não é essa cor que te marcou um dia? Não foi essa cor que nos uniu?
   É um privilégio olhar aquela imensidão azul, respirar o ar puro, sentir a leveza da água, esperar a tranquilidade na revolta das ondas, pensar em nós e ter a capacidade de sorrir.
    De muitos dias, lembro-me de um, assim, todo azul... Lembro-me de me tocares no cabelo com as mãos molhadas do mar e me sussurrares ao ouvido: "Para onde nos atrai o azul?"
   Eu respondi com uma pergunta: "Para o inalcançável...?"
  E as tuas frases seguintes fizeram-me sentir que o mundo era todo e sempre azul. Recordo-me tão bem! "Apaixonei-me pelo teu amor ao azul, a tua transparência, lealdade e serenidade. E a felicidade é a certeza disso. Se o inalcançável costuma ser sempre azul até me custa acreditar que agora estamos aqui, juntos." Sorri, sorriste e trocámos aquele abraço, só nosso, tão sincero e tão sentido.
   Disseste-me que, exposta ao sol, com um sorriso nos lábios e com os pés no mar te fez parecer que eu tinha sangue azul. Um azul limpo, transparente e encantador. E se sempre gostei do azul, desde aí que o comecei a amar...
   É muito o azul que há em mim! ...
   Hoje foi diferente. Não me expus ao sol, o tempo não o permitiu! O céu não estava muito azul e o mar está longe.
   Mesmo assim eu precisava de ar puro, precisava de azul. E de repente, lembrei-me apenas de me sentar no banco de um jardim.
   Senti uma brisa fresquinha a tocar-me nas costas. Pude ver as árvores, pude caminhar na relva, pude ver a alegria da minha menina a brincar. Pude muita coisa, até mesmo ver um pouco do céu azul. Mas era um azul diferente, não havia mar a enrolar-se com o céu.
   O azul estava acima dos grandes prédios, e mesmo a observar torres gigantes diante de mim, nada são comparadas ao azul clarinho do mar.
    Eu quero as coisas mais simples. Eu quero o outro azul. O azul em que ambos acreditámos há algum tempo atrás. Quero o azul daquele meu sangue imaginário, o azul diferente...
   Mas esse azul existe?
   Quem me fez acreditar que o mundo era azul?
   Apenas tenho de me mentalizar que, mesmo tendo um gosto especial pelo azul, as outras cores também existem!
   Se sabia? Sabia sim. Mas preferia aquele azul que já houve em mim!

2 comentários:

  1. Há momentos associados a cores, e vice versa... assim como certos cheiros e até certas musicas e roupas... é bom ter uma associação tãoooo positiva do AZUL!

    Um beijo azul xxx

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  2. Paula, é muito bom que cores, músicas, objectos ou outra coisa qualquer, nos levem a recordar coisas boas que temos e que já tivémos.
    O azul para mim é assim, uma cor linda que associo a coisas bonitas e momentos perfeitos, ou quase perfeitos. :)

    Beijinho!

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