terça-feira, 26 de maio de 2015

No silêncio da noite

Caminho contigo no silêncio da noite, quando podes não sentir cada passo, cada suspiro, cada desabafo, cada lágrima, quando o calor da tua mão não pode compartilhar o meu estado emocional.
Quando cada palavra, até a mais banal, tem um significado especial e reflecte uma atitude única que nem quero demonstrar. É tudo além dos meus sonhos, dos sonhos mais selvagens. Mesmo que não saibas isso.

Lembra-te sempre que significas muito para mim, apesar de tudo. Apesar de nada.
E mesmo que este carinho já não seja recíproco (se é que foi), sinto sempre a tua falta!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Revolta

Fico chocada e até revoltada com a quantidade de actos de bullying, não digo isto apenas no seguimento do vídeo agora falado e visto por todos, mas por todos os casos de que vou tendo conhecimento, por parte de amigos, crianças com quem lido, pais e professores.
Tenho vergonha desta geração.
Sou mãe, faço de tudo para dar à minha filha a melhor educação possível, os valores que os meus pais tão bem me incutiram. E tenho medo. Sim, medo! Medo que a minha filha sofra no futuro algo semelhante e medo também, que influenciada por criancinhas rebeldes, possa, um dia mais tarde, ser um ser deste género.

Fico atordoada com a crescente violência existente nas escolas, entre supostos amigos, entre colegas, com professores, com funcionários.
Não é de agora esta prática recorrente de crianças que se acham superiores a outros, já no tempo em que era aluna as havia. Mas penso que naquela altura havia mais respeito, tanto pela entidade escolar como pelos professores e funcionários. Naquela altura notava existir o medo de serem apanhados e em certa parte alguma consciência de estar a fazer o que sabiam ser errado. Agora, sentem-se heróis em mostrar que batem, que conseguem humilhar, fazer alguém sofrer. E gravam os seus "actos de coragem". Eu só chamo a isto COBARDIA.

Também eu, na pré-adolescência vivi ao lado de quem sofreu de bullying, uma amiga minha era discriminada, humilhada, verbalmente agredida, porque era pobre e o pai era alcoólico, problemático. Porque a minha amiga não conseguia ter boas notas, porque era reservada, pouco social... Sei bem o que ela passou, o quanto sofreu. Sofria em casa e sofria na escola. 
Fui das poucas pessoas que não a abandonou. Muito pelo contrário. Preocupei-me em saber o porquê da sua atitude. Não me privei de estar com ela, porque os outros recusavam estar. Em certa parte, nessa mesma altura fui também discriminada porque eu não podia estar nos dois lados. Tive de optar.
Eu só me perguntava: Que culpa tinha ela de ter os pais que tinha? Porque é que são tão maldosos? Porque é que não podemos ser todos amigos? Porquê!?
Recusaram-se a conhecê-la, e eu tive o privilégio de a conhecer e de ter para a vida uma grande amiga.
Ainda hoje ela me agradece por tudo. A vida afastou-nos, estamos muito tempo sem nos ver, sem falar, mas quando nos reencontramos parecemos ainda duas adolescentes, com histórias para lembrar como se as quiséssemos viver de novo, momentos únicos, vivências nossas, que recordamos como se tivessem ocorrido ontem. Cumplicidade que fica, elos de ligação fortes, amor de irmãs.
E eu não me arrependi de ter perdido alguns amigos nessa altura.
A vida seguiu, e conheci outros bem melhores. :)

domingo, 3 de maio de 2015