sábado, 20 de setembro de 2014

Descalça

Deixo-os à entrada como se tivesse largado um problema.
A porta entreaberta, deixa as palavras aos saltos.
Os sapatos, atirava-os ao mar,
E que levasse também a tristeza, a poeira do luar.

Piso o chão e sinto que há letras que nos abandonam.
Descalça sou livre, descalça estou nua.
Outras letras surgem, com alguma felicidade.
É verdade:
Descalça sou feliz e descalça serei tua!

Tira os teus sapatos, abre a porta,
Traça um caminho, comigo não estás sozinho.
Conta-me o que o teu sentir nos diz.
Abraça-me, sorridente e descalço,
Pois descalça é que eu também sou feliz.


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